quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura européia do século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet
Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.A emergente arte visual do Impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura impressionista.

Características
Orientações Gerais que caracterizam a pintura impressionista:
A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
É também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia.
As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor.
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena.
Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo
As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica.
Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas e Auguste Renoir Poderemos dizer ainda que Claude Monet foi um dos maiores artistas da pintura impressionista da época.


Orientações Gerais que caracterizam o impressionista:
Rompe completamente com o passado.
Inicia pesquisas sobre a óptica/ efeitos(ilusões) ópticas.
É contra a cultura tradicional.
Pertence a um grupo individualizado.
Falam de arte, sociedade, etc: não concordam com as mesmas coisas porém discordam do mesmo.
Vão pintar para o exterior, algo bastante mais fácil com a evolução da indústria, nomeadamente, telas com mais formatos, tubos com as tintas, entre outras coisas.
Grande influência da fotografia no impressionismo e vice-versa.
No impressionismo, a pintura destacada foi responsável pelo movimento das formas nas artes plásticas com Luz Solar desenvolvido entre 1860 a 1980 na França.


Origens
Edouard Manet não se considerava um impressionista, mas foi em torno dele que se reuniram grande parte dos artistas que viriam a ser chamados de Impressionistas. O Impressionismo possui a característica de quebrar os laços com o passado e diversas obras de Manet são inspiradas na tradição. Suas obras no entanto serviram de inspiração para os novos pintores.
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Claude Monet (1840-1926) Impressão - Nascer do Sol, por causa de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy "Impressão, Nascer do Sol -eu bem o sabia! Pensava eu, se estou impressionado é porque lá há uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha". A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.

Impressionismo no Brasil
No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil. Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de Aquino: "Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais legítimo representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França ainda quente das discussões, vivo; transformou-o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso País".
Música e literatura
Impressionismo na música
Música impressionista é o nome dado ao movimento da música clássica européia que surgiu no fim do Século XIX e continuou até o meio do Século XX. Originando-se na França, música impressionista é caracterizada por sugestão e atmosfera, e abstem os excessos emocionais da Era Romântica. Compositores impressionistas preferiam composições com formas mais curtas, tais como o nocturne, arabesque, e o prelúdio; além disto, freqüentemente exploravam escalas, como a escala hexafônica.A influência de impressionismo visual na sua contraparte musical é bem discutida. Claude Debussy e Maurice Ravel são considerados, em geral, os maiores compositores impressionistas. Mas, Debussy não concordou com o termo, chamando-o de invenção dos críticos.[1] Entre outros músicos impressionistas fora da França incluem-se obras de Ralph Vaughan Williams e Ottorino Respighi.O termo Impressionismo também é usado para descrever obras de literatura, entre quais bastam acrescentar poucos detalhes para estabelecer as impressões sensoriais de um incidente ou cena. Literatura impressionista é bem relacionada a simbolismo, entre os seus melhores exemplares podemos encontrar: Baudelaire, Mallarmé, Rimbaud e Verlaine. Autores tais como Virginia Woolf e Joseph Conrad escreveram trabalhos impressionistas de modo que, em vez de interpretar, eles descrevem as impressões, sensações e emoções que constituem uma vida mental de um caráter.

terça-feira, 24 de novembro de 2009







Principais obras de Aleijadinho
* Em Ouro Preto: igreja de São Francisco de Assis (risco geral, risco e esculturas da portada, risco da tribuna do altar-mor e dos altares laterais, esculturas dos púlpitos, do barrete, do retábulo e da capela-mor); igreja de Nossa Senhora do Carmo (modificações no frontispício e projeto original, esculturas da sobreporta e do lavatório da sacristia, da tarja do arco-cruzeiro, altares laterais de são João Batista e de Nossa Senhora da Piedade); igreja das Mercês e Perdões ou Mercês de Baixo (risco da capela-mor, imagens de roca de são Pedro Nolasco e são Raimundo Nonato); igreja São Francisco de Paula (imagem do padroeiro); igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (quatro suportes de essa); igreja de São José (risco da capela-mor, da torre e do retábulo); igreja de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos ou de São Miguel e Almas (estátua de são Miguel Arcanjo e demais esculturas no frontispício); igreja de Nossa Senhora do Rosário (imagem de santa Helena); e as imagens de são Jorge, de Nossa Senhora, de Cristo na coluna e quatro figuras de presépio hoje no Museu da Inconfidência.
Em Congonhas: igreja matriz (risco e escultura da sobreporta, risco do coro, imagem de são Joaquim).
* Em Mariana: chafariz da Samaritana.
* Em Sabará: igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco do frontispício, ornatos da porta e da empena, dois púlpitos, dois atlantes do coro, imagens de são Simão Stock e de são João da Cruz).
* Em Caeté: igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso (altar colateral de são Francisco de Paula e imagem de Nossa Senhora do Carmo com Menino Jesus).
* Em Catas Altas: igreja de Nossa Senhora da Conceição (imagem do Cristo crucificado).
* Em Santa Rita Durão: igreja de Nossa Senhora do Rosário (altar colateral de santa Ifigênia);
* Em Barão de Cocais: matriz de São João Batista (imagem do padroeiro na portada, risco e tarja do arco-cruzeiro).
* Em São João del-Rei: igreja de São Francisco de Assis (risco geral, esculturas da portada, risco do retábulo da capela-mor, altares colaterais, imagens de são João Evangelista); igreja de Nossa Senhora do Carmo (risco original frontispício e execução da maioria das esculturas da portada).
* Em Tiradentes: matriz de Santo Antônio (risco do frontispício).
* Em Nova Lima: matriz de Nossa Senhora do Pilar (altar-mor, dois altares colaterais, púlpitos e altar da sacristia, todos provenientes da capela da fazenda Jaguará, em Pedro Leopoldo.






Vila Rica não é Florença, pedra-sabão não é mármore e Aleijadinho não foi Michelangelo. Ainda assim, o esplendor e o requinte, as sutilezas e a suntuosidade das dezenas de estátuas, pias batismais, púlpitos, brasões, por­tais, fontes e crucifixos permitem supor que o Brasil teve um gênio renascentista desgarrado em plena efervescência de Minas colonial, esculpindo e talhando com o espírito, o fulgor e a grandiosidade dos artistas iluminados. O legado do Aleijadinho - eternizado no interior e nas fachadas de meia dúzia de igrejas de Minas Gerais - refulge mais que os minérios que saíram dali para fazer o fausto de nações além-mar. Na prática, foram elas - estátuas, lavabos e esculturas - a herança que restou para recordar o Brasil de seus tempos áureos. A obra monumental do Aleijadinho é um patrimônio superior a qualquer conforto que o ouro possa comprar.
Embora tenha sido um dos maiores artistas do Brasil, da vida do Aleijadinho restam apenas fragmentos biográficos dispersos, a maioria deles envolta na sombra mitificadora das lendas baratas. Sabe-se que se chamava Antônio Francisco Lisboa e era filho bastardo do "juiz do ofício de carpinteiro" Manuel Francisco Lisboa com a escrava de nome Isabel (embora documento algum o comprove). Quando nasceu? Em 1738, talvez, embora a "data oficial" seja 29 de agosto de 1730. Quem foram seus mestres? O pai e o tio, Antônio Francisco Pombal, embora alguns prefiram filiá-lo à es­cola do desenhista João Gomes Batista e à do entalhador José Coelho de Noronha, portugueses com "oficinas" em Vila Rica. Quais suas fontes de inspiração? Os livros da biblioteca do poeta Cláudio Manuel da Costa e "gravuras bíblicas góticas e bizantinas" da "Bíblia Pauperum".
As dúvidas são muitas porque quase tudo que se sabe sobre Aleijadinho provém dos "Traços Biográficos Relativos ao Finado Antônio Francisco Lisboa", publicados por Rodrigo Bretas em 1858. Embora os tenha escrito apenas 44 anos depois da morte do artista, os esboços de Bretas estão repletos de impropriedades. Apesar de a bibliografia referente ao Aleijadinho superar, atualmente, mil títulos (entre livros e artigos), o estofo da lenda nasceu dos mitos forjados por Bretas. De qualquer forma, parece certo que, antes da misteriosa doença que o acometeu, em 1777, Antônio Francisco, além de artista maduro - cujo primeiro projeto fora a igreja da Ordem Terceira de São Francisco -, era também "grandemente dado aos vinhos, às mulheres e aos folguedos". Seu biógrafo sugere que a enfermidade surgiu dos "excessos venéreos".
Em fins de 77, o escultor já perdera os dedos dos pés, "do que resultou não poder andar senão de joelhos", e os dedos das mãos se atrofiaram de tal forma que o artista teria decidido "cortá-los, ser­vindo-se do formão com que trabalhava". Não foi só: "perdeu quase todos os dentes e a boca entortou-se como sucede ao estuporado; o queixo e o lábio inferior abateram-se e o olhar do infeliz adquiriu a expressão sinistra de ferocidade (...) que o deixou de um aspecto asqueroso e medonho".
O Aleijadinho passou a evitar o contato público: ia para o trabalho de madrugada e só vol­tava para casa com a noite alta. "Ia sempre a cavalo, embuçado em ampla capa, chapéu desabatado, fugindo a encontros e saudações", escreveu Manuel Bandeira. "No próprio sítio da obra, ficava a coberto de uma espécie de tenda, e não gostava de mirones."
Passados mais de 150 anos da morte do Aleijadinho, pesquisadores ainda discutem qual a doença que acabou com a saúde e o humor do maior dos escultores brasileiros. Nenhum, porém, teve iniciativa, disposição ou verba para empreender uma investigação que incluísse a única possibilidade definitiva: a exumação do cadáver do Aleijadinho. Por enquanto, existem apenas hipóteses sobre a terrível enfermidade deformante que, a partir de 1777, foi carcomendo pés e mãos do gênio do barroco brasileiro. Em 1929, o médico Renê Laclette optou por "lepra nervosa" como diagnóstico "menos improvável", visto que no quadro clínico de Antônio Francisco se encontravam vários sintomas do mal de Hansen (atrofia dos músculos das mãos, nevralgias, atrofia do orbicular das pálpebras, paralisia facial, queda dos dentes). Outra hipótese citada com freqüência é a da zamparina (doença advinda de um surto gripal que irrompeu no Rio em 1780, responsável por alterações no sistema nervoso). As demais especulações, citadas em mais de 30 estudos, incluem escorbuto, encefalite e sífilis. O fato é que, além da dor, a doença tornou o Aleijadinho quase um monstro. Diz a lenda que, depois de ser chamado de "homem feio" por José Romão, ajudante-de-ordens do governador Bernardo Lorena, o artista se vingou esculpindo uma estátua de são Jorge com a cara "bestificada" de seu desafeto.

Grandes artistas brasileiros escreveram sobre o maior dos escultores do país. Mário de Andrade foi dos primeiros a notar que “a doença dividiu em duas fases nítidas a obra do Aleijadinho. A fase sã, de Ouro Preto, se caracteriza pela serenidade equilibrada é pela clareza magistral. Na fase do enfermo, desaparece aquele sentimento renascente da fase sã, surge um sentimento muito mais gótico e expressionista”. De fato, foi em Congonhas, no santuário de Bom Jesus de Matosinhos, já doente e a partir de 1796, que o Aleijadinho consagraria dez anos àquela que seria a maior obra de sua vida: os "Passos da Paixão" (66 monumentais estátuas de cedro representando a paixão de Cristo) e os 12 Profetas, que "monumental monumentalizam a paisagem" e são uma "Bíblia de pedra­sabão, banhada no ouro das Minas", conforme Oswald de Andrade.
Essas inigualáveis obras-primas do barroco teriam sido esculpidas com os formões atados às mãos sem dedos do Aleijadinho, com a ajuda de seus auxiliares e de seus três escravos (os fiéis Maurício, Januário e Agostinho, que, em crises de dor e fúria, o artista espancava freqüentemente). Embora seus clientes fossem ricos, o Aleijadinho jamais ganhou muito: seu salário era de 1,2 grama de ouro por dia e ele o dividia com sua equipe, além de ser pródigo em esmolas. Sua re­volta contra os poderosos - a obra de Congonhas foi iniciada quatro anos após o martírio de Tiradentes - parece evidente. As razões dela, porém, não eram pessoais. "No Aleijadinho, o ressentimento tomou a expressão de revolta social, de vingança de sub-raça oprimida", escreveu, em 1936, o sociólogo Gilberto Freyre. "Em sua escultura, as figuras de “brancos”, “senhores” e “capitães romanos” parecem deforma­das, menos por devoção a Jesus Cristo e sua raiva de ser mulato e doente, mais por sua revolta contra os dominadores da colônia”.
Já houve quem diagnosticasse no orgulho despertado pela suntuosidade das obras do Aleijadinho as raízes da revolta da colônia contra a exploração da metrópole. O gênio cuja obra ainda inspira tantas interpretações, porém, nunca veria um Brasil independente. Depois de dois anos rolando, aos gritos, sobre um estrado de madeira, com um dos lados do corpo "horrivelmente chagado", o Aleijadinho foi, enfim, poupado da agonia no dia 18 de novembro de 1814.



sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Igreja sao fransisco de assis







Igreja de São Francisco de Assis

Coube à Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis a iniciativa da construção da capela de São Francisco, obtendo-se em 1771 a licença régia necessária para a edificação do templo. Antes mesmo, porém, já em 1765, foram iniciadas as obras de terraplanagem e em 27 de dezembro de 1766 foi arrematada a obra de alvenaria pelo mestre pedreiro Domingos Moreira de Oliveira, obedecendo ao risco de Antônio Francisco Lisboa.
As indicações sobre as técnicas e materiais que seriam empregados na construção, foram minuciosamente detalhados no ato de arrematação. Como de costume no período, sua construção iniciou-se pela capela-mor, estando a mesma praticamente concluída em 1771. A abóbada foi construída entre 1772 e 1774, época em que foi também realizada sua ornamentação em talha e estuque, sob a direção de Aleijadinho. No mesmo período o artista concluiu os púlpitos em pedra-sabão inseridos no arco-cruzeiro. O retábulo do altar-mor, em função do qual foi organizada toda a decoração da capela, só seria executado entre 1790 e 1794. Concluída a capela-mor, os administradores da obra optaram em seguida pela execução do frontispício, cuja portada, arrematada em 1744, teve seu risco executado por Aleijadinho.
Em 1787, as torres sofreram um acréscimo e no ano seguinte foram feitos os telhados do templo. Finalmente, em 1794, Domingos Moreira de Oliveira conclui a obra de alvenaria. Entretanto, quase toda a parte de douramento e pintura, assim como a execução da talha dos altares da nave ainda estava por fazer. A Manuel da Costa Athayde coube a pintura e douramento da capela-mor, a pintura do forro da nave e dos painéis a óleo da nave e capela-mor, as quais se realizaram entre 1801 e 1812. A construção dos altares da nave, também projetados por Aleijadinho, se estendeu de 1829 a 1890, tendo Lourenço Petrício concluído o douramento do último da série.O cemitério da Ordem foi construído entre 1831 e 1838 por Manuel Fernandes da Costa e José Ribeiro de Carvalho. A Igreja de São Francisco de Assis é considerada pelos especialistas como a obra-prima da arte colonial brasileira. A singularidade da planta reside na supressão dos corredores da nave e maior integração dos corredores da capela-mor ao conjunto, como também na posição das torres, que se fecham para trás no corpo da igreja, projetando o frontispíci






A novidade se manifesta ainda nas formas circulares das torres, até então sem precedentes, coroadas por flechas de proporções audaciosas. O frontispício, de grande efeito arquitetural, concentra o efeito ornamental na portada e no medalhão superior. Germain Baziin considera a portada da igreja de São Francisco, a obra-prima de Aleijadinho. À esquerda do espectador, sua ornamentação consiste em um anjo sustentando uma cruz ornada, circundada por uma glória, e à direita, outro anjo, com os braços estendidos, aponta para a composição central. Nessa, dois brasões trazem as armas franciscanas e as do reino de Portugal. Ornando o medalhão superiormente, a Virgem, de mãos postas. Entre os brasões e o medalhão vê-se o braço estigmatizado de São Francisco e o braço de Cristo. O conjunto é encimado pela coroa de espinhos. Os brasões são arrematados por asas de anjos, flores de girassol e rosas, atributos de Maria.
Outra inovação de Aleijadinho em São Francisco de Assis reside no vedamento do óculo, o qual assume função puramente ornamental. Nele está representada a visão de São Francisco no Monte Alverne. Vista de perfil, a igreja mostra a disposição distinta de cada corpo do edifício, verificando-se que a concepção do projeto arquitetônico beneficia o monumento como um todo. Da mesma forma, todo o interior é composto para um efeito de conjunto. Na nave, contornada por cornija de pedra, os seis altares laterais, executados tardiamente em meados do século XIX, funcionam apenas como complemento da decoração das paredes laterais. Germain Bazin considera difícil reconhecer o desenho de Aleijadinho nesses altares, que, segundo ele, foram provavelmente simplificados para maior facilidade de execução.
As imagens que guarnecem os nichos dos altares são quase todas de roca. O arco-cruzeiro assume função monumental, constituindo-se no ponto de junção do edifício. Nele foram incorporados os púlpitos de pedra, enquadrados por duas pilastras com arquitraves altas e de perfil, dispostas obliquamente. Assim, os arcos, o altar, os púlpitos, formam uma composição. Esses púlpitos constituem as primeiras obras documentadas de Aleijadinho enquanto escultor de baixos-relevos em pedra-sabão, servindo de base aos estudiosos para o estudo das características de seu estilo.
A concepção geral do lavabo da Sacristia é atribuída a Aleijadinho, embora fuja ao seu estilo habitual trata-se de obra possivelmente executada a partir de um risco mais antigo, dentro dos padrões do barroco D. João V. A decoração da capela-mor consiste em um projeto unitário de Aleijadinho, cuja proposta se concretiza de forma perfeita com a introdução de figuras em relevo na ornamentação do forro. Verifica-se, entretanto, através de diferenças nítidas de qualidade, a participação de auxiliares, notadamente na execução dos quatro medalhões da abóbada, com as figuras de Santo Antônio de Pádua, São Conrado, São Boaventura e Santo Ivo.



terça-feira, 10 de novembro de 2009





nO barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na literatura com o poeta Gregório de Matos e com o orador sacro Padre Antônio Vieira, e nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho, na escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo da arquitetura esta escola floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos mas belos documentos do barroco tardio. Com o desenvolvimento do neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX a tradição barroca, que teve uma trajetória de enorme vigor no Brasil e foi considerada o estilo nacional por excelência, caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX.
nO barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências européias e locais, embora em geral coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto econômico em que o barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dava origem na Europa. Aqui o ambiente era de pobreza e escassez, com tudo ainda por fazer. Por isso o barroco brasileiro já foi acusado de pobreza e incompetência quando comparado com o barroco europeu, de caráter erudito, cortesão, sofisticado e sobretudo branco, apesar de todo ouro nas igrejas, pois muita coisa é de execução tecnicamente tosca, feita por mão escrava ou morena. Mas esse rosto impuro, mestiço, é que o torna tão único e inestimável.


Poemas


Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer,

Animoso, constante, firme e inteiro:

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer;

É, meu Jesus, a hora de se ver

A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo o pecar,

E não o vosso amor que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,

Que, por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar.



terça-feira, 3 de novembro de 2009

arte

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